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quarta-feira, 19 de novembro de 2003

sábado, 8 de novembro de 2003

Revoluções

Nota: A leitura deste post não é recomendada a quem ainda não tenha visto o Matrix Revolutions, e não goste de saber pormenores (e até mesmo o final) de filmes antes de os ver.

  Saí do filme com uma estranha sensação. Mas não a conseguia explicar. Era desilusão, desapontamento, sei lá... Queria dizer que não tinha gostado. Mas o problema é que tinha! O filme não é mau, atrevo-me mesmo a dizer que é bom! Mas que raio se passava?

  É escusado dizer o óbvio, que o primeiro filme foi o melhor, que os outros não se podem comparar. É o que eu acho sinceramente. Isto apesar de ter gostado muito do Reloaded.
  Lembro-me do momento em que vi o primeiro. Não o vi no cinema. Ouvia todos a falarem dele, o como era espectacular. Tinha sido daqueles filme que tinha visto no Videoclube e achado uma grande chachada, que não valia a pena alugar. Mas uma tarde, curioso, assim o fiz.
  Sozinho em casa, pus o filme no leitor (na altura ainda VHS...), e deitei-me no sofá. Achei piada à pergunta «O que é a matriz?», pois na altura perguntava-me o mesmo, ao sair das aulas de Álgebra.
  Fiquei atónito. Não fazia a mínima ideia de que o filme fosse assim. Adorei! Enfim, quem também adorou o filme sabe do que eu estou a falar. Os outros, de certo que já sentiram o mesmo com outro qualquer. É a magia do cinema.

  O Reloaded foi também uma surpresa, mas por motivos completamente diferentes. Pelo simples facto de ter gostado. Fui vê-lo de pé atrás (literalmente, estava de muletas), a pensar se iriam estragar o primeiro. Mas não. Excesso de efeitos especiais? Sim. Excesso de lutas? Não acho. Cortes no filme devido ao lançamento quase simultâneo do jogo? Sem dúvida. Excesso de diálogos longos? Talvez alguns. História demasiado complicada? Sim, mas isso é defeito?
  História. Aí está porque gostei, porque conseguiram criar uma história que me despertou a atenção, aguçou a curiosidade, estimulou-me o intelecto.

  Foi então com grande expectativa que fui ver o Revolutions. Cometi um grave erro: as minhas andanças pelos fóruns levaram a que lesse o resumo da história uns 4 meses antes da estreia... Em tanta teoria, e tantos "amigos de um primo da mulher de um trabalhador do estúdio", um deles era genuíno (claro que só soube qual na sala). Mas não foi só isso que contribuiu para o meu desapontamento. Continuavam por saber os detalhes, os pormenores, as intrigas levantadas pelo antecessor.

  Mas nada. Foi como se o segundo filme não tivesse existido. Se explicássemos o facto de estarem duas personagens em coma, qualquer pessoa poderia ver o filme sem ter visto o anterior.
  Grande parte da conversa com o Arquitecto foi completamente inútil. Ok, existiram outras matrizes antes, e? Afinal quem é a mãe da Matriz? Se é mesmo a Oráculo, porquê o irónico «Please...» quando Neo o perguntou? Afinal, porquê os Neos dos monitores tinham comportamentos diferentes? Os The One anteriores, eram iguais a Neo ou não?
  Aproveita-se a informação sobre o «balanço da equação», que pode, talvez, explicar o final da trilogia.

  E o francês, afinal quem é? A mulher disse que em tempos ele foi como Neo... Mas foi ou não um anterior Escolhido? E porquê tem tanto poder? Porquê controla o Train Man? E para que serviu neste filme? Para lhe apontarem uma arma à cabeça?
  E para que foi a história do beijo? Neste filme a mulher não serve senão para melhorar a qualidade de imagem, na perspectiva da audiência masculina.

  A conversa do conselheiro com Neo? Para que foi? Talvez Neo tenha daí tirado a ideia da paz com as máquinas, pois falou-se de como ambas as partes dependem uma da outra... Mas tinha-se ficado à espera de muito mais intriga, talvez até que o conselheiro fosse um traidor... Mas não. Neste último filme, o conselho para pouco serve. E o triangulo amoroso entre Morpheus, Niobe e o capitão? Nada! Ela abraça-se a Morpheus, e pronto.

  Nem sequer o simbolismo da colher foi aproveitado... O mesmo miúdo do primeiro filme entrega a Neo uma colher, quando ele embarcava, em Reloaded. Sim, foi um momento simbólico só para aquela altura... Mas já que ele tinha uma colher no bolso, e já que Revolutions foi tão cheio de referências ao primeiro Matrix, podia ter aparecido mais uma vez... There was no spoon...

  O filme, por si só, é bom. Tem muita acção, sobretudo bélica, talvez mais que os outros. O kung-fu foi quase abandonado. É interessante, dentro de uma trilogia, os filmes terem estilos diferentes entre si.
  A luta final, à Drangon Ball, é espectacular. Genial a ideia da chuva.

  O final é à Matrix. Complicado de compreender. Logo, não foge à mística da trilogia, pelo que é aceitável. «Não se consegue ver para além das escolhas que não compreendemos.». Quando Smith compreende, apercebe-se que vai perder, e nada pode fazer.
  As referências bíblicas continuam a ser mais que muitas, e não pude deixar de achar tocante a parte em que Smith questiona Neo porquê se levanta se sabe que vai perder, porquê se sacrifica, e Neo responde «Porque assim optei.».

  Ou seja, retomando a ideia inicial, gostei do filme. A falta de ligação à intriga do anterior é que fez com que me soubesse tão a pouco que quase soube a nada. Quando o rever em DVD, tentarei estar mais atento.

  Mas enfim... um bom filme para ir ver com os amigos.

terça-feira, 4 de novembro de 2003

Para aqueles que não acreditaram, eis a prova do nosso grande pátio...

Idade dos porquês... (1)

  Porquê, ao mesmo tempo que fecham (e bem) escolas por falta de alunos, há falta de médicos pediatras? Afinal há muitas crianças? Ou houve um genocídio de pediatras, estranhamente não noticiado?
  Quantos médicos se aposentam por ano? Quantos são formados? É assim tão grande a diferença?