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domingo, 26 de agosto de 2007

Autocarros em Londres

Graças a um acordo entre o governo venezuelano e a Câmara de Londres, a capital inglesa começa esta semana a disponibilizar bilhetes de autocarro a metade do preço, aos residentes pobres da cidade. O projecto de abastecer a cidade com petróleo a baixo preço irá permitir que 250,000 dos residentes mais pobres de Londres possam facilmente usar os transportes públicos.

O governo venezuelano chegou a acordo com o Presidente da Câmara de Londres, Ken Livingstone, em Fevereiro passado, depois do Presidente Chávez ter sugerido a ideia durante uma visita a Londres em 2006. O acordo irá dar um desconto de 20% no combustível da Venezuela para os autocarros. Ao mesmo tempo, Londres irá abrir um gabinete em Caracas para dar à Venezuela aconselhamento e conhecimentos específicos sobre turismo, transportes públicos, planeamento urbano, e protecção do ambiente, campos nos quais Londres é líder mundial.

O desconto irá fazer baixar a conta anual da cidade em combustível que é de 65 milhões de libras [perto de 95 milhões de euros] em 14 milhões de libras [perto 20 milhões de euros], disse um porta-voz do presidente da Câmara. Quem irá beneficiar dos bilhetes de autocarro mais baratos irão ser famílias monoparentais, pessoas com doença prolongada, deficientes e outros de baixos recursos.

“Queremos atingir os londrinos mais pobres,” disse Livingstone aos jornalistas. “A partir de hoje, todos os londrinos que estão a receber o 'Income Suport' [um apoio financeiro] são elegíveis para obterem bilhetes a metade do preço para os autocarros de Londres. Isto irá embaratecer e facilitar a vida das pessoas e permitir que aproveitem Londres ao máximo.”


O presidente disse que o preço reduzido dos bilhetes poderia permitir poupanças tão grandes como 280 libras [411 euros] por ano por pessoa. E Livingstone assegurou que a Venezuela também irá beneficiar com o acordo.


“O acordo que torna isto possível também beneficia o povo da Venezuela, fornecendo conhecimento nas áreas de gestão de cidade, nas quais Londres é uma líder mundial, tais como transportes públicos, planeamento, turismo, e protecção do ambiente. Londres e Venezuela irão estar a trocar estas coisas nas quais são ricas, com benefício para os dois lados.”


O Presidente foi elogiado por alguns sectores, mas criticado por outros, pelo acordo com a Venezuela. O Director Executivo Adjunto do Centro Muçulmano de Londres, Shaynul Khan, louvou o acordo como uma forma de reduzir o custo de vida dos mais necessitados.

“Londres é uma das cidades mais caras do mundo para se viver e trabalhar, mas também cá vivem algumas das comunidades mais pobres,” disse o Director. “Iniciativas que reduzam o custo de vida dos mais necessitados são muito bem-vindas.”


“Trabalhando nas comunidades nós ouvimos as suas preocupações, tais como o custo dos transportes. Nós elogiamos o Presidente e a Autoridade Metropolitana de Londres por introduzir medidas práticas que ajudam os londrinos. Esta iniciativa irá beneficiar muitos milhares de pessoas comuns com baixos recursos,” assegurou ele.


O acordo foi criticado por Angie Bray, membro do Partido Conservador na Assembleia Municipal. Ela disse que Livingstone, como presidente de uma das cidades mais ricas do mundo, não deveria aceitar subsídios dos residentes em Caracas, uma das mais pobres.

  Citação de Chris Carlson - Venezuelanalysis.com, traduzido por Alexandre Leite.
  Notícia no Finacial Times Europe.

  Pode me ter escapado, pois tenho visto pouca televisão, mas pensava que notícias que envolvessem a Venezuela fossem só sobre raptos de comerciantes portugueses... Pelo menos por cá sim, ou estarei a fazer mal a pesquisa? Dá-me zero resultados na pesquisa do Google News, enquanto a pesquisa na web (limitado por "site:.pt") não me dá resultados relevantes.

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