Blackout...
Estava a escrever um post quando "puff", foi-se a luz. Depois do primeiro impulso de me levantar, para gritar com quem tivesse tido a brilhante ideia de ligar máquina de lavar, torradeira e forno, apercebemo-nos que era "geral", lá fora também não havia electricidade.
Curioso para saber a extensão do "apagão", já imaginando as manchetes «Nova York, Londres e Lisboa unidas», depressa me lembrei de ligar a SIC Noticias. Duh! Parvoíce, não há televisão! Vou mas é ver no site da SIC...
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Depois de me auto flagelar pela minha estupidez, dei por mim a recorrer ao meio de informação que mais abomino, que mais asco, náusea, repugnância, aversão me provoca.
Recordo-me sempre daquele inquérito telefónico, cuja primeira pergunta foi quantas horas de rádio ouvia por semana... “Ah... Tem de ser por semana? É que não sei. Talvez duas ou três por ano...” Curiosamente o inquérito não continuou...
E lá fui... Metem receptores de rádio em todo lado. Fui buscar um minúsculo que há uns meses a Epson me obrigou a aceitar junto com um tinteiro. Não ligava. Ah! Tinha as pilhas envoltas em plástico, para não gastarem.
E aqui está porquê odeio rádio: não cumpre o que promete, não posso ouvir em qualquer lado. Mas por que raio não sai som no hall? E porquê só tenho estática na cama? E faz parte do divertimento da rádio andar de braço no ar, atrás da emissão? Pelos vistos só gosta de certas partes do meu quarto. Acabei por ter de me pôr à janela.
Lá em baixo, gente andava ao Sol, de um lado para outro, indiferentes ao facto de haver ou não electricidade. Casalinhos por todo lado. Ninguém em pânico, ninguém em desespero pela falta de luz. Gente pouco iluminada, digo-vos eu. Pobres coitados. Mas fica a dúvida: como conseguem viver?
Observei-os algum tempo porque as notícias são só de hora em hora. E tenho o azar de calhar sempre a meio da hora. Definitivamente já não é suficiente. Precisamos de um fluxo noticioso mais contínuo. Informação, informação, informação!
Lá tive de levar com as músicas do João Pedro Pais (private: ainda não a do “Sou um ser que odeias”, mas já encontrei a letra), Sara Tavares, e umas quantas estrangeiras dos anos 80. Não, não estava na Nostalgia, estava numa rádio local.
Finalmente o sinal horário! Pi, pi, pi, pi, piiii. São 17h. Fogo em Torres Vedras; membro do PP de Sintra indicado para substituir a governadora que foi para o Governo; pescaram um tubarão em Sesimbra. E venha a música...
Bem, o “geral” é local... Continuamos sem luz. Desligo o rádio. Vou até à sala. Vou até à cozinha. Vou para o quarto. Vou à casa de banho. Vou à sala. Vou para o quarto. Lembro-me da expressão “parece uma barata tonta”. Vou à cozinha. Lancho. Vou para a sala.
Ando num lado para o outro a bater com a cabeça nas paredes. Deito-me. Toco flauta.
O meu pai decide finalmente desistir da teoria “Alguém há-de ligar” e telefona para a assistência da EDP. Atendem. Por coincidência volta a luz. Gritamos de alegria. Gargalhadas do outro lado.
”Eu bem disse que tínhamos de telefonar para lá.” - digo-lhe em tom sarcástico.
Sento-me ao computador e escrevo este post. Ligo a televisão na SIC Noticias. Ah... informação...
Air Luxor com bilhetes para Paris e Londres a 29€?! Porra, ia perdendo esta notícia!
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