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quarta-feira, 30 de julho de 2003

Liberdade artística...


  - Vou fazer um quadro à Picasso! - Diz-me a minha sobrinha, e desenha um círculo dentro de um rectângulo.

  Arte... A área em que me considero realmente ignorante. No entanto, quando há uns tempos atrás visitei o Museu Rainha Sofia em Madrid, houve um quadro de Miró (que infelizmente não encontrei na net; o que aparece neste post também é de Miró, mas não o que justifica esta pequena história) que me provocou algum entusiasmo. O quadro é uma tela com dois pontos vermelhos. Aparentemente, qualquer pessoa é capaz de fazer um quadro assim. Então, porque vale tanto? Porque está no museu? Será só a assinatura?

  Graças ao audio-guia, esse quadro entrou na minha lista dos favoritos. Faz a apologia da liberdade artística, da liberdade de criação. As regras não devem restringir este acto criador. Ter um sentido, um objectivo ou uma mensagem a passar não é obrigatório. O que o público vê é diferente do que o artista quer transmitir (se é que pretende transmitir algo). A subjectividade está inerente à criação artística. E Miró pretendeu fazer passar esta mensagem através do extremo: dois pontos sobre uma tela.

  Os artistas ou os conhecedores de arte ou qualquer pessoa que seja ligeiramente entendedora pode refutar facilmente isto. No entanto, para uma ignorante como eu, a arte será sempre isto: a liberdade de criação. E por isso, até a minha sobrinha poderá vir a ser no futuro uma artista de renome...

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